O diálogo continua sendo a melhor forma de os pais lidarem com a segurança dos filhos. Isso vale tanto para o mundo real, como também para as descobertas no mundo virtual. A recomendação é apontada pelos especialistas como a melhor forma de garantir a segurança das crianças e adolescentes que usam a internet. Para falar do assunto e para comemorar o Dia Mundial da Internet Segura, que acontece nesta terça-feira, dia 10, a organização não-governamental SaferNet Brasil realiza uma oficina que poderá ser acompanhada online a partir das 9 horas da manhã no portal IPTV Cultura.
O objetivo da iniciativa é orientar pais e educadores sobre os riscos que os jovens e adolescentes enfrentam no uso de tecnologias de informação e estimular a abordagem multidisciplinar do tema nas escolas. Segundo Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil, o maior risco oferecido pela Internet para as crianças e adolescentes é o aliciamento, que geralmente acontece em chats ou sites de relacionamento.
Rodrigo Nejm acredita que para evitar essa situação, os pais podem e devem aprender junto com seus filhos o que é a Internet e como ela funciona. “Compreender como funcionam os sites de relacionamento evitaria que o jovem participasse de comunidades com conteúdo impróprio, como de apologia à anorexia e bulimia”, explica. Nejm defende que o essencial sempre é manter uma relação aberta de confiança, sem proibições, mas os pais devem saber o que se passa com seus filhos. “A melhor tecnologia ainda é o diálogo”, finaliza.
O conselho é seguido à risca pela empresária Olga Fernandez, mãe de dois garotos que estão em fases bem diferentes, um com 15 anos e outro com 3. Ela conhece os sistemas de bloqueio de sites oferecidos pelo seu provedor, mas diz que prefere estabelecer a confiança com os meninos. “Falo abertamente sobre tudo, é melhor do que proibir”, defende. O mais novo ainda não sabe ler, mas já navega sozinho em sites de jogos infantis. “Fico mais preocupada com links de vírus do que com esse tipo de crime”, comenta lembrando mais uma das diversas ameaças que podem existir na rede.
ESCOLA – Outro tipo de ameaça para jovens que usam a internet é mais recente e vem sendo chamado de “ciberbulling”. É a versão virtual do “bulling”, nome para as agressões e ofensas praticadas por jovens contra outros jovens com intenção e humilhar e inferiorizar a vítima. Muitas vezes retratada em filmes americanos, a prática muitas vezes tem com principal palco a escola e é ainda mais nociva em sua versão virtual. “Com a possibilidade de envio de mensagens, fotos e vídeos via celular, o adolescente não tem como escapar, é incontrolável”, conta Nejm.
Para ajudar os jovens a lidar com estes e outros riscos no uso das tecnologias de informação, a Ong oferece em seu site cartilhas com orientações para os pais, professores e jovens. Nejm informa que o material disponível é didático, com linguagem simples e inclui conselhos como não ligar a webcam com desconhecidos e não informar email e dados pessoais em chats.
Nesse processo, ele lembra que as escolas têm um papel fundamental. Nesse sentido, a principal proposta da SaferNet é reservar um espaço para conversas com os alunos sobre ética na internet e sobre como prevenir os maus usuários. Filmes educativos e listas com dicas de segurança elaboradas pelos próprios alunos também seriam ferramentas eficazes. Nejm informa que a SaferNet tem sede em Salvador e está disponível para palestras sobre segurança na rede em escolas ou outras instituições. O agendamento pode ser feito pelo site da Ong.
Fonte: Danielle Villela, do A TARDE On Line