"Sinto que estou segura na internet porque entro em sites confiáveis e não costumo aceitar a presença de estranhos. Quando não conheço alguém, simplesmente deleto ou cancelo os pedidos de amizade", explica a adolescente pernambucana Luana Monteiro, de 14 anos.
Talvez ela ainda não saiba, mas apesar de sua atitude consciente, enquanto ela navega na internet e conversa com amigos pelo Orkut e MSN, um verdadeiro esquadrão de especialistas, advogados, policiais e até pessoas comuns trabalham para conquistar um pouco mais de proteção para ela e para outros jovens brasileiros que usam a rede mundial de computadores. E, apesar deste ainda ser um ideal distante, é com este intuito que o país participa na próxima terça-feira, dia 9 de fevereiro, das comemorações do Dia Mundial de Internet Segura, pelo segundo ano consecutivo.
O objetivo é mobilizar o maior número de pessoas em torno das vantagens e dos perigos da web, além de mostrar as possibilidades de conscientização aqui e em mais 55 países. "Temos avançado muito desde 2006, quando assinamos um termo de conduta com o Google e passamos a contar com ajuda da multinacional no combate ao cibercrime, principalmente em investidas sexuais contra crianças em sites como o Orkut; mas ainda temos muito o que fazer", diz a procuradora Priscila Costa Schreiner, do Ministério Público Federal em São Paulo, um dos organizadores no Brasil, junto à ONG baiana SaferNet e ao Comitê Gestor da Internet (CGI).
O Dia Mundial de Internet Segura surgiu em 2003, na Europa, por iniciativa da Comissão Europeia, a partir da rede INSAFE (www.saferinternet.org, em inglês), e tem como mote realizar inúmeras atividades educacionais ao redor do planeta. Por aqui serão divulgadas desde ações particulares em escolas, bairros ou entidades, até parcerias com grandes instituições, como as empresas GVT, Microsoft, Google, MySpace, TV Globo e Canal Futura. "A nossa intenção é fortalecer a rede enquanto espaço público, mostrando que este é um lugar onde a cidadania também deve ser aplicada, mas que isso demanda esforço coletivo e contínuo", explica Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da SaferNet.
"Uso a internet para pesquisar e estudar, além de me comunicar. Adoro acessar sites de entretenimento, como YouTube e blogs, mas acho que a web pode ser comparada com o mundo real, onde encontramos coisas boas e ruins. Então, basta saber onde você pisa, para não se arrepender", opina o estudante de direito Lucas Godoy, 18 anos, que navega cerca de duas a três horas por dia desde os 12 anos.
Solidariedade - Para ajudar, todos os blogueiros e internautas podem divulgar a campanha em seus perfis em redes sociais (como Orkut, Twitter e Facebook). Os organizadores disponibilizaram a página oficial www.diadainternetsegura.org.br, com dicas, cartilhas e conteúdos multimídia em torno do assunto. Além disso, quem encontrar algum conteúdo suspeito, também pode fazer denúncias anônimas, por meio do portal da Polícia Federal, no http://nightangel.dpf.gov.br.
Do Diário de Pernambuco.
